A Itália ficou bastante conhecida em períodos específicos por uma produção prolífica de filmes de faroeste, o famoso western spaghetti, e também por produções no gênero do terror e suspense, destacando nomes como Lucio Fulci, Mario Bava e Dario Argento. Com os poderes das trevas em pleno vigor nas telas do cinema na terra da bota, naturalmente outras mídias exploraram o filão, especialmente a indústria dos quadrinhos e dos livros de bolso.
Emanuele Taglietti fez em torno de 500 ilustrações para capas de vários fumetti (como são chamadas as histórias em quadrinhos na Itália) durante a década de 1970, quando o horror estava em seu auge. Sua arte era estampada nas capas de publicações como Sukia, Zora The Vampire, Stregoneria, Ulula, Vampirissimo e Wallestein, dedicadas a uma mistura irresistível de terror e erotismo. Chegou a um ponto no qual ele (sim,Emanuele é um homem) produzia 10 pinturas por mês para essas revistas.
Em suas artes, era comum reconhecer personagens e atores ligados ao horror, como Christopher Lee, o icônico Drácula da Hammer, ou a criatura do filme O Monstro da Lagoa Negra. A diva de Taglietti era a atriz Ornella Muti, cujos traços ele pegou emprestado para a Sukia.
Taglietti nasceu na Itália, em 1943, filho de um cenógrafo que trabalhou com diretores como Michelangelo Antonioni. Seu pai costumava levar Emanuele para os sets de filmagens, o que influenciou o garoto a seguir carreira na área. Já adulto e formado em Arte e Design, começou a trabalhar com diretores como Federico Fellini e Dino Risi. Na década de 1970, resolveu enveredar no promissor, à época, mercado de ilustrações para revistas em quadrinhos dedicadas ao terror e ao erotismo.
Seu estilo é influenciado por Frank Frazetta e Verardo Ciriello. Na década seguinte, o gênero perdeu força e já não era mais tão apreciado, então Taglietti passou a se dedicar à docência. Uma retrospectiva com seus melhores trabalhos, intitulada Sex and Horror: The Art of Emanuele Taglietti , foi lançada em 2015.