Bob Peak – Mestre na antiga arte dos posters ilustrados

Por muito tempo os posters de filmes eram predominantemente ilustrações. Desde o final da década de 1980, com o surgimento e popularização de softwares de edição de imagens, Hollywood adotou o uso de montagens aproveitando cenas e fotografias dos próprios filmes, mais realistas que desenhos. O resultado é que atualmente vemos muitas montagens fotográficas com padrões bastante repetitivos.

Basicamente a era dos posters ilustrados nos corredores dos cinemas ou nas capas de VHS/DVD/ blu-ray acabou, mas esse tipo de arte ainda é produzido por artistas independentes que conseguem autorização dos estúdios para criarem suas próprias versões, formando um mercado alternativo muito procurado por fãs de determinadas produções.

Um dos mais criativos e prolíficos ilustradores do século XX foi o americano Robert Peak (1928 – 1992), considerado por muitos como o pai dos posters modernos. Nascido em Dever, Colorado, Peak estudou no Art Center College of Design em Los Angeles. Após formado, se mudou para Nova York, onde começou a trabalhar no The Alexander E. Chaite Studios, uma das duas maiores empresas de ilustrações da época, produzindo campanhas comerciais.

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Preocupado com seu estilo, que considerava muito similar aos artistas que admirava, procurou tornar seu trabalho mais expressivo utilizando cores saturadas, o que não agradou muito seus empregadores na época. Porém, um amigo conseguiu marcar um encontro com um grande cliente, o Old Hickory Bourbon Liquor. O sucesso da campanha publicitária criada com a ajuda de Peak abriu espaço para outras, o levando também a fazer capas para revistas como a Time (mais de 40 capas), e diversas outras empresas.

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Um mestre em cores, desenho, textura, design e estilo, o ilustrador criou pinturas que ajudaram a vender produtos para empresas gigantes como Samsonite, 7-up, Ford e Malboro. Então que a United Artists o contratou para ajudar a promover o filme Amor, Sublime Amor (West Side Story, 1961) e a partir daí seu estilo foi considerado inovador para o cinema, pintando ilustrações com cenários e personagens.

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Bob Peak chegou a criar mais de 100 posters para filmes, entre eles: Modesty Blaise (1966), Camelot (1967); Jornada nas Estrelas – O filme (Star Trek the Motion Picture, 1979); Duelo de Gigantes (The Missouri Breaks, 1976); 007 – O Espião que me amava (The Spy Who Loved Me, 1977); Superman- O Filme (Superman, 1978), Minha Bela Dama (My Fair Lady, 1964);  Apocalypse Now (1979), Excalibur (1981), Doido para Brigar…Louco para Amar (Every Which Way But Loose, 1978); Flint Contra o Gênio do Mal (Our Man Flint, 1966).

Impossível ter vivido entre os anos 70 e 80 e não ter tido contato com a arte de Peak. Seu trabalho influenciou até desenhistas de histórias em quadrinhos como Jim Steranko, Howard Chaykin e Bill Sienkiewicz.

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“Em toda a história dos posters de cinema, poucos artistas conseguiram encontrar um nicho próprio formando uma identidade e estilo identificáveis. Bob Peak é um desses artistas. Sua assinatura se provou igualmente efetiva em promover uma variedade de filmes, indo da ficção científica aos musicais. Em cada gênero, os fãs de cinema conseguiram identificar a arte de Bob Peak. Em minha mente, as ilustrações dos grandes filmes das décadas de 60 e 70 e além são inseparáveis dos filmes em si”. (Leonard Maltin, crítico e historiador de cinema)

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007 – O Espião que me amava (The Spy Who Loved Me, 1977)

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Apocalypse Now (1979)

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Amor, Sublime Amor (West Side Story, 1961)

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Jornada nas Estrelas – O filme (Star Trek the Motion Picture, 1979)

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Camelot (1967)

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Excalibur (1981)

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Superman- O Filme (Superman, 1978)

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Minha Bela Dama (My Fair Lady, 1964)